domingo, 14 de fevereiro de 2010

Um passeio pela comunicação. E sempre com o pé na diversão.

Uma história pessoal. Quando um trabalho vem da essência. A arte de fazer arte.

Como explicar um projeto que é todo conceituado no subjetivo da criação artística?

Quando criei o projeto Contrac, foi por pura necessidade de apresentar um site para a conclusão do curso de webdesign, isso lá por 2000/01. E desde o começo, as ideias que tinha vinham de um processo de criação lento, sem metodoligia e sem pretenção. Criava por prazer, aprendia por prazer. Convidei alguns amigos, todos toparam e em determinado momento tinha colaboradores de todo país. Foi ai que um amigo, o Márcio, que estava saindo do curso de jornalismo para estudar Letras (eu havia feito o percurso contrário, sai de Letras para Jornalismo´e lá estudei um semestre com o Márcio, antes dele mudar de curso) trocou a primeira ideia comigo e me falou sobre a geração Beatnik... dois anos de Letras e eu nunca tinha ouvido falar da geração beat, que tinham umas ideias diferentes, se expressavam por prazer, sem rebuscamentos... nessa época meu entendimento de Contracultura se resumia a geração hippie e a espontaneidade de se expressar. Leitura após leitura e entre uma publicação e outra do site contrac, fui me enturmando com Provos, happenings, Tom Wolf, anarquismo político, comunidades alternativas... E dentro desse universo de subjetividade que é a Contracultura, pude observar pontos em comum em todos os estereótipos, tipos, estilos, pensamentos e até mesmo épocas: a necessidade da expressão, a despretensão de se atingir um público-alvo, e o momento mágico em que nossa essência se conecta com a luz da inspiração e cria com liberdade. Tente repreender essa energia, que ela se rebela e se solta de alguma maneira.

Pois é, mas é nesse turbilhão de conceitos, estudos e no mercado de trabalho que amadureço cada vez mais a profissão de comunicador. Marketing de guerrilha, ações publicitárias??? O Provos já fazia guerrilha quando promovia os happenings... e deve ter existido alguém antes deles e antes e antes. Vivemos no simulacro da pós-modernidade. Mas o tempo não para. Então deixa eu sair do underground e continuar essa história.

Em 2006 após um período trabalhando na produção de shows de forró e com o término da temporada, decidi investir na produção independente. Na época conheci a Estação Ribeira e ofereci meu trabalho de produtor e assessor pra casa. Fiz excelentes amigos, mas não podia permanecer muito tempo ali. Porém tinha a obrigação de tirar o máximo de proveito. E de lá saíram o festival Rock n’ Night, a interação com diferentes artistas e seus estilos, a amizade com Rodrigo Bico, ator do Facetas, Mutretas e Outras Histórias e o respeito que conquistei com muitas das bandas que tocaram lá.


2007, o ano que marcou minha saída da produção cultural independente para uma nova carreira: redator publicitário. Cansado da correria e dos resultados obtidos com a parceria na Estação Ribeira, decidi ir atrás de uma ocupação fixa e numa lida pelos classificados do jornal, vejo um anúncio de emprego para revisor de texto... e o anúncio estava errado... Bingo! Comecei então a carreira publicitária, e como revisor de textos. Uma semana depois, a paixão pela escrita, a experiência com o jornalismo e os anos dedicados ao Contrac me fizeram ganhar o primeiro aumento no meu novo emprego: um acúmulo de função – Não seria mais o revisor, agora era revisor barra redator. E no papel era redator auxiliar... Mal tinha começado o emprego e já tinha dúvidas de quem eu era. Mas o que importa é o que eu fiz. Acúmulo pouco é bobagem e em dois anos de agência, as barras aumentaram desproporcionalmente em relação ao $$, mas como tudo tem seu lado positivo, minha experiência profissional foi lá pra cima... redator/revisor/coordenador da criação/suporte informática/enviador de anúncios/tráfego... e ainda tinha de encontrar tempo para criar, já que redação publicitária é um processo de criação.




Com a experiência de uma agência de publicidade, mas cansado da dedicação sem retorno, decidi mais uma vez que era hora de sair daquela zona de conforto. E o convite para um novo desafio já havia sido feito: trabalhar na produção ou mídia da Caravana da Cidadania Cultural, uma ação do Ministério da Cultura, que visava descentralizar as ações da secretaria do MinC e mostrar os caminhos que artistas, prefeituras e projetos devem seguir para conseguir apoio do Governo Federal para suas ações culturais. Opaaa, com um convite para voltar pra cultura e ainda tendo a opção de escolher qual função ocuparia. Naquele momento, as dúvidas que vieram à cabeça foram: quando saio da agência, peço demissão ou sou demitido e que cargo escolher na Caravana, o de produção, trabalhando com artistas e fornecedores ou mídia, junto de jornalistas e a parte mais séria do projeto. Demissão. Produção. Tchau agência!



Foto Jomar Dantas

Em agosto de 2009 aconteceu aqui no RN a edição da Caravana da Cidadania Cultural, que vocês podem assistir o vídeo no You Tube.

http://www.youtube.com/watch?v=eKp7Y53HnuA



Depois disso trabalhando entre uma produção e outra, tive a oportunidade de fazer uma capacitação oferecida pelo MinC juntamente com o SEBRAE, a Oficina de Negócios da Música.

Dominando melhor as ferramentas de comunicação como assessoria de imprensa, publicidade e marketing e com a experiência em produção cultural e a recente qualificação em negócios da música, foi chegada a hora de encarar mais um desafio: a produção de bandas. E como desafio pouco é ruim, escolhi três bandas, todas no estilo Rock/Heavy. Deadly Fate, Guitaura Medieval e Khrystal Flame. Espero que gostem!



www.myspace.com/deadlyfateband

www.myspace.com/guitauramedieval

em breve MySpace Khrystal Flame.



E mais uma etapa se desenha. Em outubro de 2010, mais uma vez parei as produções e voltei para a publicidade. Desta vez, cuidando das redes sociais e da revisão de textos, além de compor alguns textos da Mariz Comunicação Integrada. Agora no final de 2011, continuo na publicidade, mas sempre de olho na cultura.


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